O mercado de transferências do Sporting continua dominado pelo caso Viktor Gyokeres, mas para José Dias Ferreira, antigo vice-presidente do clube, a solução é clara: aceitar os 65 milhões de euros fixos mais 15 milhões em objetivos oferecidos pelo Arsenal e virar a página. Em declarações à Rádio Renascença, o ex-dirigente sportinguista não tem dúvidas – chegou o momento de encerrar esta “novela” que se arrasta no verão.
“Acho que é altura de pôr termo a isto. Por 60 mais 10 não saía, mas 65 mais 15 já são 80 milhões de euros”, afirmou Dias Ferreira, fazendo as contas pelo valor total da proposta inglesa. O ex-dirigente reconhece que os detalhes dos objetivos podem ser decisivos – “Depende do que é que são os 15 por objectivos. Se os 15 por objectivos fossem que eles são campeões do mundo, ou alguma coisa, pode ser mais [difícil de alcançar]” -, mas mantém a convicção de que o valor global é mais do que justo para o clube de Alvalade.
Esta posição contrasta abertamente com a linha dura mantida por Frederico Varandas, que insiste em obter 70 milhões de euros imediatos mais 10 milhões em bónus. A diferença de cinco milhões entre as propostas pode parecer pequena, mas transformou-se num cabo-de-guerra que já levou o próprio Gyökeres a intervir diretamente, contactando novamente o presidente sportinguista para tentar desbloquear a situação.
Para Dias Ferreira, porém, este impasse não está a prejudicar os trabalhos de pré-época. “Ainda há pouco começou e acho que toda a gente está mais ou menos mentalizada de que o assunto teria resolução, estava mais ou menos assente que o Gyökeres se ia embora”, explicou, demonstrando uma visão pragmática da situação. “Acho que a equipa já não contava com o Gyökeres, por todas as razões e mais alguma, mas por morrer uma andorinha não acaba a primavera”, acrescentou, usando um ditado popular para sublinhar que a saída do avançado sueco, por mais importante que seja, não significa o fim do projeto desportivo.
O tom das declarações revela a divergência entre a postura negociadora do atual presidente e a visão mais conciliadora de quem já ocupou cargos de liderança no clube. Enquanto Varandas mantém a estratégia de pressionar por mais alguns milhões, Dias Ferreira defende que os 80 milhões totais (se cumpridos todos os objetivos) representam um excelente negócio – especialmente quando o jogador já demonstrou vontade de avançar na carreira e o Arsenal se mostrou disposto a investir fortemente no seu passe.
Com a pré-época em andamento e o plantel já a trabalhar sem contar com o goleador sueco, o Sporting enfrenta agora uma decisão crucial: manter a intransigência e arriscar perder a melhor oferta do mercado ou aceitar a proposta do Arsenal, assegurando uma das maiores vendas da sua história. Para Dias Ferreira, a resposta é clara – chegou a hora de fechar o acordo e seguir em frente.